Rurouni Kenshin, conhecido no Ocidente como Samurai X, foi uma das franquias de mangá/anime mais populares dos anos 90, com mais de 70 milhões de volumes distribuídos. E é uma das minhas preferidas também.
Para quem não conhece, a série de Watsuki conta a história de Himura Kenshin, um lendário assassino que decidiu se redimir do seu passado. Para isso, usa uma espada de lâmina invertida, a Sakabatou. Ela só tem corte na parte interna da lâmina, ou seja, Kenshin não luta mais para matar ou ferir. Seu compromisso é ajudar os necessitados. Ele conhece a professora de kendô Kamiya Kaoru e personagens memoráveis como Sanosuke, Yahiko, Misao e muitos outros.
A cada encontro com inimigos, o espadachim reafirma seu objetivo de não matar novamente – mesmo sendo claramente capaz disso na maioria das vezes. Rurouni Kenshin é uma história cheia de redenção e auto-controle. Tem muito a ensinar a alguns mangás shounen cujos protagonistas só querem mais e mais poder, sem nenhuma consequência aparente. Por mais que haja cenas de comédia, romance e momentos mais leves, em momento algum Kenshin deixa de carregar seus fantasmas.
Tanto anime quanto mangá são bons para quem se interessa pela história japonesa. Licença artística à parte, é um jeito legal de entender como foi a transição para a Era Meiji (também conhecida como “momento em que o Japão aparece pela primeira vez nas aulas de história no colégio”). Principalmente o fim dos samurai, que bem nessa época foram proibidos de portar espadas em público.
O problema é que Rurouni Kenshin se estende por várias mídias e o novo fã pode ficar confuso. São 95 episódios de anime, 28 volumes de mangá, dois OVAs e por aí vai. Ainda tem os filmes live-action recentes. O mais recente, Rurouni Kenshin: The Legend Ends, saiu no Japão no fim do ano passado. Para ninguém se perder, sugiro aqui uma ordem para ler/ver as principais histórias do Battousai.
Anime até o episódio 62 e/ou mangá até o volume 17/capítulo 148
Neste ponto da história, você pode começar pelo anime, pelo mangá, ou lê-los ao mesmo tempo, já que a história contada é basicamente a mesma. Ambos têm um arco inicial em Tóquio, apresentando Kenshin e os outros protagonistas.
A segunda parte, em Kyoto, é o clímax da série animada e um dos pontos altos do mangá. Enquanto os primeiros episódios foram leves, cheios de momentos de comédia, na antiga capital o enredo se aprofunda e fica mais sombrio.
Filme Rurouni Kenshin – Ishin Shishi he no Chikonka (opcional)
Esse filme ganhou vários nomes, como Ishin Shishi no Requiem, Requiem for the Ishin Patriots ou simplesmente Samurai X: The Motion Picture (não encontrei informações sobre um título em português, me avisem se souberem!).
Indico como opcional porque não faz parte do cânone – assim como a maior parte dos filmes de anime. No longa, Kenshin precisa impedir um samurai que quer derrubar o governo Meiji. Como há referências a personagens do arco de Kyoto, o ideal é ver depois do episódio 62.